08/03/2013

Homenagem será prestada a Simões Lopes neste sábado

Neste sábado, dia 9, o Instituto João Simões Lopes Neto estará promovendo a já tradicional homenagem ao seu patrono. O saudoso escritor pelotense nascia há exatos 148 anos e em consideração a esta data - como já vem sendo feito há anos - membros do Instituto e admiradores da obra simoniana se reúnem no cemitério onde se encontra o túmulo do Capitão para prestarem suas homenagens.


Segundo o ex-presidente do IJSLN, Henrique Pires essa tradição se iniciou há muitos anos com a União Gaúcha João Simões Lopes Neto, que durante muito tempo organizou a ida de cavalarianos ao cemitério, onde eram acesas velas e feitas orações. “Com o surgimento do Instituto, esta entidade assumiu o encargo de organizar esta homenagem que sempre acontece nos dias 9 de março de todos anos”, afirma Pires. 

Neste sábado diretores e conselheiros do IJSLN juntamente com o atual presidente da entidade, Antonio Carlos Mazza Leite, estarão ornamentando o jazigo e acendendo uma vela (referência ao conto Negrinho do Pastoreio). O encontro será às 10h30 em frente ao Cemitério São Francisco de Paula e a cerimônia é aberta a toda comunidade.

Breve resumo sobre vida do Capitão

Simões Lopes nasceu no dia 9 de março de 1865 e passou sua infância em Pelotas, morando na Estância da Graça (propriedade de seu avô paterno). Ficou órfão de mãe quando tinha 11 anos de idade. Na juventude morou por alguns anos no Rio de Janeiro, onde teria frequentado até a terceira série da Faculdade de Medicina.

Por volta de 1884, retornou à terra natal. Sua carreira jornalística se iniciou logo a seguir no ano de 1888 escrevendo para o jornal "A pátria". E foi neste veículo que sua prolífica carreira literária teve início, publicando uma sessão chamada “Balas de Estalo”. Paralelamente a carreira jornalística, o Capitão também se aventurou como empresário, investindo sua herança em indústrias do tabaco, café, vidro e destilaria. Porém, não obteve grande êxito em nenhuma destas empreitadas.

Aos 27 anos de idade casou-se com Francisca de Paula Meireles Leite, a Dona Velha. O casal não teve filhos legítimos, mas adotou a menina Fermina de Oliveira Lopes, nascida em 1896. Simões Lopes viria a falecer no dia 14 de junho de 1916, em Pelotas, aos 51 anos, devido a uma úlcera perfurada.

Se atualmente estudiosos e críticos o consideram como um dos principais nomes da literatura gaúcha, em vida não chegou a gozar de tal reconhecimento. Era, talvez, mais conhecido por sua atuação na sociedade pelotense, tendo participado da diretoria de diversas entidades da cidade. 

Literatura Simoniana

Em vida, Simões Lopes publicou três obras, são elas: Cancioneiro Guasca (1910); Contos Gauchescos (1912); e Lendas do Sul (1913). Postumamente vieram mais duas: Casos do Romualdo (1952) e Terra Gaúcha (1955). No entanto, as ambições literárias do Capitão eram bem maiores, pois chegou a anunciar mais quatro títulos que nunca viram a luz dia (Peona e Dona; Jango Jorge; Prata do Taió; e Palavras Viajantes).

Um fato curioso de se salientar é que a grande maioria de seus contos foi publicada nos jornais pelotenses, antes de ganhar as páginas dos livros. Foi assim com 12 dos 19 contos presentes em Contos Gauchescos, que antes de serem lançados no livro editado pela 'Echenique & Cia. Editores' já haviam sido publicados no jornal Diário Popular. Já a obra Casos de Romualdo só foi devidamente lançada como um livro em 1951, porque no ano de 1914 - sub pseudônimo de 'João do Sul' - Simões Lopes deixava registrado os contos em 27 folhetins que saíram pelo jornal Correio Mercantil.

Sempre é valido lembrar que Simões Lopes também escreveu diversas peças de teatro, entre elas podemos destacar as comédias A viúva Pitorra, O bicho, Por causa das Bichas, Amores e facadas ou Querubim Trovão, o drama Nossos filhos e a comédia-opereta Os Bacharéis (está última teve sua estréia no ano de 1894 e chegou a ser remontada em 2005). Outro fato a ser exaltado são suas grandes contribuições deixadas para os estudos de história da cidade de Pelotas e região, destacando-se aí a Revista do 1º Centenário de Pelotas.

Texto: Cassio Lilge
Imagem: imagenshistoricas.blogspot.com.br
08.03.2013

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