17/08/2012

Luís Augusto Fischer palestra no IJSLN

Na agradável noite de ontem, 16, no Instituto João Simões Lopes Neto, o professor e escritor Luís Augusto Fischer ministrou a palestra “Aspectos de O Negro Bonifácio” do conto “O Negro Bonifácio” de João Simões Lopes Neto. Foi o 10º encontro do ciclo de palestras em celebração ao centenário de Contos Gauchescos.

À direita, o presidente do IJSLN, Antônio Carlos Mazza Leite, e o palestrante da noite, prof.  Luis Augusto Fischer.
Fischer começou falando sobre a linguagem presente no conto que, muitas vezes, gerou estranheza nos alunos para os quais deu aula desde os anos de 1980. Na sua visão, a linguagem carregadamente tradicionalista do pampa pode ser um impasse para a leitura, porém não incontrolável. Logo em seguida, comparou a literatura Simoneana com a de Guimarães Rosa que, para Fisher, foi amadurecida devido à obra do escritor pelotense. Ainda sobre a linguagem, vale ressaltar o comentário que fez sobre a carga semântica dos nomes que Simões Lopes Neto escolheu para seus personagens: Tudinha, Nadico, Firmina, Bonifácio e capitão Pereirinha.


Analisando os aspectos estruturais da narrativa, Fischer desmembrou o conto, enfatizando diversas partes. Entre elas, a ordem com que aparece no livro, sendo o segundo conto ao mesmo tempo em que se trata da primeira narração de Blau sem ser um dos personagens, além da narrativa do vaqueano começar com detalhes que não interessam à história, mas, sim, à estrutura. Esses aspectos são importantes no momento em que Simões transcreve a fala para a escrita sem deformar a ortografia, mas inserindo o ritmo da conversa do gaúcho. “Simões Lopes Neto arma oralmente a história como se o leitor estivesse ouvindo alguém, não lendo um texto” – disse. 

Fischer comentou ainda sobre a dinâmica cinematográfica do conto de Simões, retratada nos detalhes que narra em momentos oportunos, sem exagerar nas descrições características, o que faz de “O Negro Bonifácio”, para o palestrante, “um conto de ação primoroso, nada mais que isso”. Para finalizar essa análise, Fischer ressaltou, em sua interpretação, a existência de cinco finais para o conto: a morte de Bonifácio, a vingança de Tudinha, a chegada do juiz de paz, a revelação da relação existente entre Tudinha e Bonifácio e o comentário meramente especulativo de Blau.

Auditório Carlos Reverbel lotado.
O ciclo de palestras em celebração ao centenário de Contos Gauchescos não para por aqui e tem continuidade no dia 30 de agosto com a palestra do professor João Luis Pereira Ourique, no Instituto João Simões Lopes Neto, a partir das 19 horas. A entrada, como sempre, é franca.

Texto: Eduarda Schneider Lemes, Pedro Henrique C. Krüger
Fotos: Cassio Lilge, Eduarda Schneider Lemes, Pedro Henrique C. Krüger
17.08.2012

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